Vida dos Mártires
Alban Butler é um padre católico inglês que dedicou 30 anos de estudo e publicou em 1756 esta obra em 4 volumes, chamada "A vida dos Padres, mártires e outros santos principais". Hoje vou fazer a resenha a resenha de apenas uma parte da obra "A vida dos Mártires" da Minha Biblioteca Católica.
O livro possui 400 páginas e vai contando ao longo de 45 capítulos a vida de importantes mártires da Igreja de acordo com a celebração da sua festa liturgica, indo do mês de janeiro até dezembro. Logicamente não quero dizer que existam apenas 45 mártires, muito pelo contrário, existiram milhares, mas é muito interessante a escolha destes heróicos cristãos. Dentre os descritos encontramos os Apóstolos como São Pedro, São Tiago, Santo André, São Tomé, o evangelista São Marcos; santos conhecidos como São Jorge, São Sebastião, São Lourenço; os Padres da Igreja como São Policarpo e Santo Inácio de Antioquia, e outros que não desconhecidos para o público em geral como São Barlaão, São Fidélis, Santo Eulógio, além de papas.
A escrita de Alban é muito clara e sem rodeios, por vezes descreve o martírio de uma forma muito crua, o que me deixou muito chocada ao imaginar as situações que os santos mártires passaram por amor a Jesus.
(Muitas vezes me emocionei e chorei pelos grandes sofrimentos que passaram)
Com seu livro conhecemos a vida e morte dos mártires em diversas regiões, do Egito ao Japão, e em diferentes períodos históricos. Alban nos leva em um período recente após a morte de Cristo com Santo Estêvão e ao periodo da Reforma Protestante com São Januário.
No final do relato de algum dos mártires ele traz algumas reflexões, comparando nossa vida e amor que dizemos ter por Jesus e a dos Mártires que demonstravam esse amor.
Acredito que esse livro deva ser lido por todos os católicos, para nos lembrar que na Igreja tiveram pessoas que amaram tanto Jesus que não se importavam em morrer por Ele e ainda nos incentivar a ter maior zelo na nossa vida espiritual. aqui destaco alguns trechos para que possamos refletir e aplicar em nossa vida diária:
· [...] devemos suportar a fadiga e as aflições- e se não puder ser assim com alegria, que seja ao menos em perfeita submissão, com a segurança de que Deus se aparta de nós somente para eu O busquemos com maior afinco e nos unamos mais estreitamente a Ele”p 31
· “Vangloriamo-nos de estar dispostos a morrer por Cristo, porém, não podemos sofrer a mais leve cruz, nem qualquer espécie de humilhação”. p 36
·
“Mas
que desculpa alegaremos no terrível julgamento, nós, que não passamos por tão
cruel perseguição e tormento, e somos tão relapsos e indolentes para fomentar a
vida espiritual em nossas almas, e sustentar o amor e a caridade?”
·
“O
que teremos a oferecer? Teremos à nossa disposição nosso amor por Deus, a
verdadeira fé? Teremos o desapego das afeições mundanas? Estarão nossas almas
livres da tirania das paixões? Haverá retiro e paz espiritual Mansidão? Esmolas
e compaixão? Sincero remorso? Vigílias e lágrimas? Feliz é aquele a quem acompanham
tais obras, pois será companheiro dos mártires, e com a mesma confiança deles poderá
estar na presença de Cristo e seus anjos.”p 78
·
“todo
verdadeiro discípulo de Cristo deve ter a disposição de um mártir em seu
coração, uma vez que precisa estar a postos para perder tudo, e antes tudo
sofrer do que ofender a Deus.”p 102
· “Todo bom cristão é também um mártir, pela paciência e coragem com que suporta as provações”. p 102
·
“se
tivéssemos o fervor e a firmeza dos santos na prática da devoção,
descobriríamos que todas aquelas dificuldades que desanimam e aterrorizam
nossas pusilânimes espíritos não são nada mis que sombras e fantasmagorias.”p
298
· · Devemos estar sempre empregados e solícitos de sérias ocupações, não permitindo dar oportunidade ao ócio. As devoções e o trabalho devem ser dispostos e sucedidos alternadamente, de modo que encontre sempre nosso espirito ocupado” p 317
· “uma vez adquirido o hábito da abnegação, ele nos elevará sobre todos os sentidos, far-nos-á donos de nossas ações, facilitará o resto de nossa vida e nos restituirá de certo modo ao feliz estado de antes do pecado de nosso primeiros pais”. P 318
·
única
obrigação que um cristão tem neste mundo, e que consiste em toda a sua
felicidade e alegria, é buscar a Deus, conseguir a perfeita posse de sua graça
e amor, e fazer em tudo a sua santa vontade”. P 367
· “só a continua oração e meditação sobre as coisas celestiais, a negação habitual de si mesmo, a humilde desconfiança de si, a vigilância e as esmolas proporcionais às circunstâncias de cada um é o que pode preservar uma alma deste laço tão perigoso. Este desprendimento do coração, por mais sincero que seja, adquire mais e mais perfeição com o sacrifício dos bens terrenos, feito com heroicos sentimentos de fé e amor divino. Esses oferecimentos são ricamente recompensados pela mais abundante das graças espirituais e consolações no presente, e por uma imensa importância de gloria na vida futura.” P 368
São apenas alguns trechos que nos incentiva a buscar a aperfeiçoa nossa fé! Recomendadíssimo!😍😍😍
BUTLER, Alban. A vida dos Mártires; trad. Gabriel Lied, Rafael salvi, Wilson Ribeiro. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2020
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